quarta-feira

O Vento.

Tenho que ser forte.
Minhas pernas falham,
minhas vidas pingam
na verdade astuta.

O querido vento,
perigoso sopro,
pode ser um caso raro de
verdade morta.

A morte é tão sedutora
e voce tão audaciosa,
que riria em sua face e
a levaria embora...

tomando seu lugar...
vento de sopros dos mortos,
me levem embora agora.

Já não tenho mais todo esse tempo.

sexta-feira

Escuro.

E se na sombra nada funcionar
devemos ser aquilo que nos pedem
tanta dor,tanto amor,tanta vida
sobra o caso dessa luz perdida
e o preço de viver na solidão.

A luz dos olhos,
a mesma face
o mesmo toque
a mesma massa

indefinivel
sofrida
confrontada no mar de lugar nenhum
voce não pode ver,
nem tenta
somente sabe que está lá
então segura,
não deixa cair.

Talvez assim tudo ganhe importância.

quinta-feira

Sombra

Sorrateiro no descompasso
Na parede
No chão
Sempre grudado como quem quer um abraço
A vontade contínua que nunca aparece
O preto em único ponto no clarão

Não se cheira
Não se toca
Só se vê
E a visão só vê aquela silhueta
Que repete os passos de quem a controla, em vão.

quarta-feira

Meu melhor amigo.

-Que estranho
-O quê?
-Eu tô me sentindo meio estranho ultimamente.
-Por quê?
-Ando bebendo muito,deve ser coisa do divórcio,algo assim!
-Não acredito que o divórcio ainda te deixa mal,fazem três anos que aquela vadia te deixou pelo seu irmão!
-Pelo meu irmão?Você disse que ela tinha ido comprar cigarros!
-Oi?
-E depois você disse que ela tinha viajado pro exterior a trabalho!
-Hein?
-E aí você disse que ela tinha virado escrava branca na Escandinávia ou sei lá o que!
-Hahaha , muito engraçado,Nelson,eu nunca disse essas coisas!
-Sim.Você disse,Fernando,tudo isso.O que aconteceu com ela afinal?Agora vai me dizer que ela foi abduzida por alienigenas né?
-Não,é claro que não,Nelson,eu nunca diria isso!
-Então por favor,diga a verdade!O que aconteceu com ela?Qual é a próxima desculpa?O que você tem pra me dizer?
-Cof cof,ela tá lá em casa cof cof!
-Quê?
-Nada,nada não,vamo indo,Nelson!

Feudalismo surreal

- Castela!

- Si, milord... chamaste?

- Castela, mi caro... deves saber da existencia do novo feudo des nossas redondezas, imaginas eu...

- Si, milord, já o conheço.

- E de quem és este feudo?

- De Sir Bukanov, milord...

- Par Deus, Bukanov! Lembras nome de camponês pançudo! Mas non surpreendes à mi que sejas algo do tipo. Ultimamente és o que se falan: Feudo Bukan por acá, Feudo Bukan por alá, Bukan eno mundo! Que fazes este feudo ser tan poderoso assi?

- Bom, milord, és qu...

- Serian os numerosos camponeses?

- N-non, milord...

- Par Deus, senhor, entan o que?! Castelo, riquezas, belas mulheres, pomares, cavaleiros?

- Non, non... devian ser, mas non, non e non, milord... Bem... és o... tamanho do... o senhor deves saber... mi-milord...

- Ah! ... do... Pinto?!

- NON, MILORD, NON! Do Feudo!

terça-feira

e- ele,
nunca- nem
voltou- seu
a- fiel
sentir- companheiro
as- de
pernas.- batalha.

quinta-feira

Todo aniversário deve ser comemorado
assim como a verdade na passagem do tempo,
seus amigos,seus desejos,
seus sopros no bolo gigante,
acima de tudo deixe o sentimento entrar,
pois na verdade,
todo aniversário é uma forma de sonhar.

Sonhar com o que não se vê,
sonhar com que não se toca,
sonhar só com o que se sabe,
ou pelo menos com o que seremos.

quarta-feira

isso se chama 'sem inspiração'

Junto de ti eu me sinto tão só,
mas junto dela estou bem pior.
Se acaso fores lá me visitar
terei o prazer de abrir a porta
e ver que quem me visita
é o mar.

Junto de nós procurava entender
quando foste tão bela a ponto de querer,
a felicidade de tanto você,
acabou enjoando sem mesmo saber...

[Que poema estranho acabo de fazer].

segunda-feira

Otimista.

E mesmo depois de cantar e dançar
ele não queria nada.
A vida o ensinou que tudo pelo que lutou
e todos os milhões de centavos que ganhou
eram nada perto da esperança de se ver curado
da incerteza de viver cantando e dançando sem
nem ter porque.

domingo

Acordam as aves
perante o literal
roubo dos seus;
E continua.
nada melhor que uma pequena mudança
para sumir com antigas percepções.

quinta-feira

Ode à Fraqueza

Toda felicidade do mundo aos fracos
eles,e só eles sabem da alegria,
eles e só eles sabem da franqueza,
eles e só eles sabem de se poupar.

Os fracos sabem a hora de recomeçar do zero,
caso tenham perdido tudo,
sempre tem uma carta na manga,
mas isso é muito difícil,
os fracos não se metem em confusão,
por isso nunca são pegos de calças curtas,
nunca são pegos com as mãos imundas,
nem com o caráter sujo como o deles,
os chamados fortes,
que na primeira oportunidade,
chamam por socorro.

Os fortes não sabem lidar com a dor..
nem com a decepção,
só sabem olhar pra frente,
nunca pros lados,
por isso nunca estão prevenidos.